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Como o Pilates pode ser fundamental para tratamento de AVC

Apenas quem já passou pela experiência de sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e teve a oportunidade de fazer Pilates, pode relatar a importância que essa prática pode trazer para a recuperação dos movimentos e da motivação para execução das atividades cotidianas.

O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é considerado uma perigosa doença, pois é a primeira causa de morte na população adulta brasileira.

Sabe-se que muitas dessas mortes poderiam ser evitadas, se os sintomas que indicam o derrame (como é popularmente conhecido), fossem identificados de imediato.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que os sinais clínicos podem surgir no período igual ou superior ao de 24 horas. Ou seja, ao surgirem os primeiros sintomas, o paciente deve ser levado imediatamente ao hospital.

Os tipos de AVC

O derrame acontece quando algum vaso que envia sangue para o cérebro é rompido ou obstruído. Algumas perdas de funções neuronais geram mudanças nos planos cognitivos e sensório motor, cuja gravidade depende da extensão da área afetada.

Não é possível definir um perfil de pessoas que são afetadas pelo AVC, mas essa doença acomete mais idosos, pessoas com alto colesterol, hipertensos, diabéticos, cardiopatas e fumantes.

O AVC Isquêmico acontece quando a obstrução do vaso dificulta o oxigênio de chegar ao tecido cerebral.

Já o AVC Hemorrágico é oriundo da ruptura de um vaso, que provoca a evasão de sangue, atingindo as estruturas do sistema nervoso.

As sequelas mais comuns são as relacionadas às alterações de tônus (hipotonia/hipertonia), sensibilidade, dor, alterações no sistema vestibular e ocular, fraqueza muscular e ausência de parte dos movimentos de tronco e membros.

Como tratar uma vítima de AVC?

Há diversas sequelas que o AVC pode provocar e que o Pilates pode tratar, amenizando os danos ao cotidiano desses alunos. Dentre esses benefícios estão a melhora na respiração, coordenação motora, postura e auto estima.

A reabilitação se torna muito desafiadora se não houver uma associação ao exercício físico com foco em correção postural, melhora significativa da flexibilidade, força, equilíbrio e resistência.

Seguindo o passo a passo, através dos estágios de recuperação descritos na OMS, o Pilates pode desenvolver benefícios notórios para o dia a dia dos alunos.

  • Estágio flácido: O primeiro estágio é o mais incapacitante, pois o aluno apresenta persistência da hipotonia (que é a diminuição da força e do tônus muscular) e perda motora e sensorial severa.
  • Estágio espástico: Ocorre quando o aluno apresenta alguma evolução para a espasticidade, que provoca contratura muscular. O resultado é redução da hipotonia e movimentos leves nos membros, a depender do grau de espasticidade.

É necessário, portanto, uma avaliação criteriosa de cada aluno no intuito de definir objetivos a curto, médio e longo prazo, além de exercícios adequados em direção à sua recuperação,

Lembrando que toda avaliação postural deve ser realizada sem vestimentas largas, para melhor visualização.

Alguns objetivos podem ser traçados nessa avaliação, seguindo a observação de critérios como a amplitude, coordenação e velocidade do movimento. Dentro desses critérios, deve-se visar alguns resultados como:

  • Atenuar os efeitos da hipotonia.
  • Aumento da força global.
  • Melhora significativa da consciência corporal.
  • Alinhamento postural.
  • Melhora na função das atividades diárias.

É importante realizar um trabalho que foque nas alterações cognitivas também, tais como o déficit de atenção, de memória e afasia (dificuldades na fala). Alguns distúrbios de cunho emocional também podem estar presentes e devem receber atenção, tais como irritabilidade e apatia.

Exercícios de Pilates para pessoas acometidas pelo AVC

A bola e o disco de rotação podem ser ótimos recursos para a propriocepção do aluno. No entanto, é possível utilizar inúmeras ferramentas e técnicas, inclusive os próprios aparelhos, para facilitar o processo de recuperação dessas pessoas.

É fundamental trabalhar técnicas que abrangem todo o corpo e áreas isoladas buscando a aplicação de princípios de movimento e estabilidade, para conseguir maior equilíbrio muscular. 

Este equilíbrio é resultado da relação entre o tônus muscular e o comprimento do músculo em torno das articulações.

Alguns exercícios possíveis, utilizando a bola como recurso, são:

  • Mobilização ativa de quadril.
  • Ponte com a bola encostada na parede.
  • Flexão anterior de tronco, com os pés apoiados na bola.
  • Prancha lateral, com o apoio da bola. Um MI apoiado na parede e outro MI apoiado no chão.
  • Quatro apoios com bola, abaixo da região abdominal.

Todo exercício deve ser colocado em prática com consciência, concentração, respiração, precisão e controle. A repetição será a chave para que os alunos alcancem alterações no sistema nervoso central, responsáveis pelos demais benefícios.

É muito importante compreender o AVC como uma patologia extremamente limitadora e de consequências psicológicas que afetam as sequelas físicas, e vice e versa. Por isso, converse constantemente com seu aluno. 

O diferencial é a sensibilidade para compreender que a eficácia do tratamento não depende apenas da realização de uma boa avaliação e de atingir os objetivos traçados. É principalmente o bem estar físico e psicológico do seu aluno.

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