Um dos mais importantes indicadores de uma boa saúde é a qualidade do sono. São diversos os fatores que podem influenciar a regulação do sono e um dos mais relevantes é a prática de atividades físicas.
Além deste fator, também se considera as alterações psicológicas e sociais, uso de medicamentos, ingestão de bebidas alcoólicas e o ambiente. Estudos demonstram que a atividade física pode exercer efeitos positivos até em tratamentos de distúrbios de sono, como insônia e apneia do sono.
A importância do sono
O sono é essencial na vida do ser humano. Tão importante quanto a respiração e a alimentação, uma vez uma noite mal dormida pode sobrecarregar o corpo de tal forma que o rendimento para as capacidades cognitivas e laborativas do cotidiano sejam reduzidas drasticamente.
Segundo o pesquisador Belenky (1994), a privação ou falta de sono pode levar o indivíduo a ter uma diminuição no estado de alerta, no desempenho cognitivo e no nível de humor. Assim, a realização de qualquer atividade que exija um trabalho mental reduz cerca de 25% a cada 24 horas consecutivas em que o indivíduo permanece acordado.
O sono possui dois estágios que são caracterizados pelo movimento dos olhos. Cerca de 25% do sono total é composto pelo sono REM (em inglês – Rapid Eye Movement, em tradução livre significa Rápido Movimento dos Olhos) e os outros 75% são o não-REM, caracterizado por uma movimentação mais lenta do globo ocular. Neste período do sono ocorre a liberação da melatonina, hormônio produzido pelo nosso corpo para regular o ciclo circadiano, e também a baixa da temperatura e frequência respiratória.
É muito importante para a saúde e qualidade de vida que este período do sono seja preservado. As relações entre o contexto social, ambiental e comportamentos biológicos, assim como as investigações de saúde coletiva, estão cada vez mais associadas à qualidade do sono da população.
Alguns das consequências da falta de sono são:
- Ardor nos olhos,
- dores estomacais,
- aumento da produção de suco gástrico,
- dores nas articulações,
- baixa na resistência imunológica,
- comprometimento da memória,
- perda de atenção,
- perda da sensibilidade dos movimentos.
A desigualdade social exerce grande influência na saúde da população, tanto pela questão alimentar, como também pela qualidade do sono. Pesquisas apontam que há uma predominância em doenças crônico-degenerativas em populações com baixo nível socioeconômico. Distúrbios de sono, má alimentação, obesidade e dificuldade de acesso a serviços de saúde de qualidade são as possíveis causas desta prevalência.
Muitos métodos são sugeridos como tratamento e prevenção dos distúrbios do sono, dentre eles recebe destaque a prática de exercícios físicos, proporcionando melhora na qualidade do sono e na prevenção de outras doenças, como diabetes e hipertensão.
Atividade física: um santo remédio
Praticar atividade física regularmente é um dos principais moduladores da manutenção da saúde. Mesmo que esta afirmação pareça óbvia e banal – você já deve ter escutado isso do seu médico um milhão de vezes – poucas pessoas levam a sério esta recomendação.
A busca por atividades físicas ainda é pequena e muitos relatam que o trabalho, a dedicação à família ou outros fatores são impedimentos para se movimentar mais ativamente.
Especialistas recomendam priorizar a prática de atividade física de pelo menos 30 minutos a uma hora por dia, seja no trabalho, durante o deslocamento, nas atividades de lazer e até mesmo nas atividades domésticas.
Além de promover mais qualidade de vida, a prática da atividade física proporciona bem estar físico e mental, alterando também as possíveis disfuncionalidades do sono. A atividade física contribui de forma positiva para a sociedade, transformando a qualidade de vida das pessoas.
Isso acontece porque a atividade física eleva a temperatura do corpo e ativa os mecanismos de dissipação do calor, o que induz o sono. Outra razão pela qual a atividade física atua positivamente na qualidade do sono é o gasto de energia que a atividade física demanda, exigindo do corpo um tempo de sono para a realização de um balanço energético positivo.
Dentre as faixas etárias estudadas, a população de idosos é a mais afetada pela relação da atividade física com a qualidade do sono. 71% dos idosos relatam sentir diferença no sono após a realização regular de atividade física, enquanto somente 14% dos adultos jovens e indivíduos de meia idade sentem tais efeitos.
As atividades recomendadas para a regulação e manutenção da qualidade de sono são aquelas de intensidade moderada, tais como Pilates, treinamento funcional, yoga e musculação.
Atividades de alta intensidade podem gerar efeitos negativos, a depender da sua duração, uma vez que levam um longo período de recuperação e podem gerar desconfortos e dores musculares intensas.
A prática da atividade física age de forma significativa na melhora da qualidade do sono e também trata e previne os distúrbios relacionados à hora de dormir.
Exercitar-se com moderação de maneira constante é fundamental para evitar a perda de produtividade, melhorar o humor e ter uma vida mais feliz e saudável.
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