As chamadas dores do crescimento acometem muitas crianças em período de 3 a 12 anos e são queixas constantes nos consultórios pediátricos. No entanto, podem ser resolvidas ou amenizadas com aulas de Pilates direcionada ao público infantil.
Crescer dói?
A fase de desenvolvimento da criança possui diversas peculiaridades que podem ser muito difíceis. Psicologicamente, não é fácil compreender o mundo como ele é, diante de tantas mudanças o tempo inteiro.
Fisicamente não é diferente, as crianças na puberdade, o famoso período do estirão, são as que costumam sofrer mais das dores do crescimento.
Em geral, as dores são sinalizadas nos membros superiores, inferiores e na coluna. Apesar de ter um caráter benigno e transitório, esses sintomas devem ser observados e tratados.
Como identificar a dor do crescimento?
É natural que as crianças cresçam até quatro centímetros por ano. No entanto, no período da adolescência, algumas crianças podem ter o crescimento de até nove centímetros por ano.
Esse crescimento acelerado está concentrado nos ossos da coxa e tíbia e os músculos tendem a demorar um pouco para se desenvolver. Dessa forma, ocorrem as compressões articulares e o estresse do músculo na região, gerando inflamação e dor.
Outro sintoma que pode ser observado em decorrência do crescimento repentino é a alteração do centro de equilíbrio e também da estabilidade articular, que podem influenciar no desempenho da criança em atividades esportivas, por exemplo.
Pesquisas apontam que 1 a cada 1.000 crianças sofrem com dores nos membros inferiores, seja pelas osteocondroses (doenças do crescimento que provocam a desorganização óssea nos lugares de maior crescimento) ou por numerosas doenças raras. Por isso, é tão importante investigar e tratar.
Como amenizar essas dores?
O primeiro passo para o tratamento é buscar profissionais qualificados, que tranquilizem as crianças e os pais, trazendo o aspecto temporário dessas dores para o centro da conversa.
Não é necessário se desesperar diante das queixas, que podem ser mais agudas no período da noite. Massagens no local, com algum fluido que produza calor, pode aliviar as dores temporariamente.
O tratamento com Pilates é fundamental para transpor esse período com mais tranquilidade, uma vez que os movimentos de amplitude, como alongamentos orientados, proporcionam ganho de flexibilidade, o que reduz o encurtamento muscular que é o grande responsável pelas dores.
Os benefícios do Pilates para as crianças
São inúmeros os benefícios do Pilates para as crianças, incluindo os sociais e psicológicos. Para a dor do crescimento, especificamente, o Pilates se revela como um método extremamente eficaz, pois:
- Melhora significativamente o alinhamento postural.
Este é um grande problema da infância/adolescência, devido ao crescimento repentino, excesso de peso nas mochilas escolares ou até mesmo por autoestima baixa.
- Proporciona fortalecimento muscular.
As dores do crescimento podem estar relacionadas à fadiga muscular. Ao fazer Pilates, a criança mantém os músculos e ossos mais fortes, reduzindo os efeitos do crescimento.
- Gera consciência corporal.
Além da correção postural que a consciência corporal provoca, na forma de sentar ou realizar movimentos cotidianos, a melhora na consciência corporal também contribui para a prática de esportes.
- Melhora o desenvolvimento motor.
Este é responsável pelo crescimento social, intelectual e cultural da criança. O domínio sobre o próprio corpo gera autoconhecimento, o que é muito importante no desenvolvimento infantil.
- Melhora a flexibilidade.
Ao adquirir maior agilidade em realizar alguns movimentos, a criança lubrifica e movimenta as articulações, evitando processos inflamatórios na região.
- Redução do sedentarismo.
O corpo da criança precisa estar em movimento para o crescimento saudável e indolor. Por isso, o Pilates pode ser fundamental no bem estar e no desenvolvimento das demais habilidades funcionais ligadas ao potencial da criança.
A partir de quantos anos se recomenda o Pilates?
Pediatras e fisioterapeutas apontam uma idade próxima aos sete anos para começar a fazer Pilates.
No entanto, muitas crianças são submetidas a atividades físicas intensas desde cedo, como o balé e o futebol. Desta forma, é recomendável associar essas atividades ao Pilates, a fim de prevenir a dor do crescimento.
É importante ressaltar que todos os atendimentos devem ser individualizados e adaptados para a baixa estatura das crianças. Nesse caso, o Pilates solo é o mais indicado.
Como montar uma boa aula de Pilates para crianças
Antes de qualquer coisa, iniciar uma avaliação postural rigorosa, identificando os aspectos que podem estar intensificando a dor do crescimento.
Exercícios que priorizem o alongamento, equilíbrio e coordenação motora, de maneira individual ou associada, são ótimos para atenuar os sintomas do crescimento repentino. Durante esses trabalhos, é muito importante observar a postura.
Através de posturas que promovam a hipertrofia longitudinal (flexibilidade), sem a sobrecarga nas articulações, há uma melhora considerável na dinâmica músculo-articular da criança.
Isso diminui a tensão e reduz os quadros de dor, além de interferir no equilíbrio, mobilidade e coordenação.
Em caso de dor persistente, deve-se reduzir a intensidade das atividades físicas, evitando aquelas que envolvam impacto, como corridas e saltos.
Caso ainda assim persistam as dores, recomenda-se a consulta com um ortopedista.
O Pilates infantil é altamente recomendado pelos especialistas não somente durante a fase do estirão, como também em outros momentos, tendo em vista o cuidado com o alinhamento articular, da postura e também o fortalecimento muscular.
É verdade que crescer dói em muitos sentidos, especialmente nesta fase da vida. Esses sintomas são ainda mais evidentes na atualidade, onde as crianças têm ficado cada vez mais envolvidas com equipamentos eletrônicos, negligenciando as atividades físicas e a postura adequada.
Portanto, não é cedo ou tarde demais para praticar Pilates na infância. Conheça o nosso espaço, que é cuidadosamente preparado para oferecer aulas lúdicas e de extrema qualidade para crianças em pleno desenvolvimento.