Sabe aquele incômodo persistente na região cervical que aparece, geralmente, no auge do nosso trabalho mais urgente, com entrega para ontem?
Pois é. Essa dor é a que costuma evoluir e pode ficar insuportável. Neste momento, só o Pilates na causa para salvar de uma possível cirurgia ou tratamentos medicamentosos.
Esta postura acarreta desequilíbrio muscular e os músculos base acabam sobrecarregando outras estruturas, gerando dor intensa na região cervical. Há solução para essas dores intensas e elas estão no pilates para tratamento de dores na cervical. É exatamente sobre isso que vamos falar neste artigo.
O que causa a dor cervical
Quando a dor atinge seu auge, geralmente se procura um médico e se descobre que as condições ergonômicas inadequadas de trabalho, má postura e sedentarismo estão afetando em cheio a cervical.
A dor cervical é muito comum e é também conhecida como cervicalgia. Segundo pesquisas, ela afeta cerca de 70% dos indivíduos em algum momento da sua vida (Cagnie et al, 2007), com prevalência de até 40% na população geral (Fejer et al., 2006).
A chegada dos alunos com dores na cervical nos estúdios de Pilates é frequente. Esta é uma das principais queixas de quem busca o tratamento para dor, no Pilates.
É fácil identificar um indivíduo com cervicalgia, pois eles apresentam características na postura tais como:
- Cabeça projetada para frente (anteriorizada); quando mais para frente estiver, maior a gravidade da sobrecarga cervical.
- ombros arredondados para frente.
- escápulas protraídas.
Com a ascensão do Home Office neste último ano, devido a necessidade de isolamento social, muitas pessoas tiveram que improvisar um escritório em casa, onde se recomenda o uso de cadeiras adequadas e mesas que permitam uma visão linear da tela do computador. O que nem sempre acontece.
Depois da lombalgia (dores na lombar), a campeã em consultas médicas e afastamentos no trabalho é a cervicalgia (Binder, 2007). O Pilates pode auxiliar não só no tratamento desse desconforto, como também na prevenção da dor cervical.
Como tratar as dores na cervical
É necessária uma análise postural, estática e dinâmica para prescrever um programa de exercícios para alunos com dores na cervical. Uma boa avaliação é o jeito certo de começar o tratamento de Pilates para a cervicalgia.
Depois, é necessário que o professor de pilates resgate das curvaturas naturais da coluna, fortalecendo os músculos profundos do pescoço, trapézios, rombóides e transverso do abdômen. Tudo isso, aplicando a técnica adequada para não intensificar a dor.
Só o Pilates salva
O primeiro passo, após a avaliação, para o tratamento de dores na cervical no Pilates é voltar a atenção para as bases de sustentação.
Como uma máquina perfeita e complexa, o corpo é formado por partes que são interdependentes. Por isso, quando existe uma tensão em determinado local, ela se espalha pelas cadeias musculares e pelas fáscias, atingindo outras regiões e muitas vezes se manifestando predominantemente nelas.
O que significa que nenhum problema está isolado na região cervical, mesmo que a dor na cervical seja o sintoma principal.
Voltando às bases de sustentação, elas são as regiões que oferecem apoio à coluna cervical e por isso precisam ser trabalhadas. Sem elas, é impossível executar certos movimentos e manter a mobilidade da coluna.
Veja a seguir quais são as principais bases da cervical:
- A primeira base é o complexo da cintura escapular.
- A segunda base é a região do transverso do abdômen.
- Já a base principal são os membros inferiores e o glúteo.
Como percebemos acima, é muito importante trabalhar coxa e glúteo, escápula e abdômen para conquistar resultado no quadro de dor na cervical.
Ao realizar um trabalho em conjunto na base de sustentação, percebe-se também uma melhora na postura do aluno, o que já elimina uma das fontes causadoras da dor na cervical.
Não devemos, em hipótese alguma, segmentar o corpo durante o tratamento da dor na cervical, priorizando exercícios isolados para esta região.
Devemos lembrar sempre que o tratamento é desenvolvido para beneficiar o bem estar do aluno, por completo. Pensando nisso, é importante tratar o corpo inteiro para sanar um problema que pode parecer específico na coluna cervical.
Cuide das musculaturas cervicais
Algumas musculaturas ficam enfraquecidas ou tensionadas durante crises de cervicalgia. Esquecer de fortalecer essas musculaturas pode colocar todo o tratamento de dor na cervical a perder.
São eles os músculos do pescoço, trapézio superior, médio e inferior e músculos faciais, como o masseter. Há muitos outros músculos que devemos trabalhar para aliviar as tensões do aluno e, consequentemente, as dores na cervical.
É por isso que a avaliação inicial é tão importante na detecção destes músculos, de acordo com os hábitos de vida do aluno.
Os músculos esquecidos são, portanto, tão importantes quanto as outras musculaturas e fáscias que influenciam direta e indiretamente na região cervical.
Atenção às escápulas e ombros
Uma importante musculatura do ombro que também fica tensionada em crises de dor na cervical é o peitoral menor. Outro fundamental é o músculo serrátil, localizado na fáscia toracolombar.
É importante perceber o quanto a estabilização dos ombros, mantendo a escápula grudada ao gradil costal e a coluna torácica possuem uma conexão com os movimentos da cervical e, portanto, merecem receber atenção.
No tratamento da cervicalgia, portanto, é preciso realizar um fortalecimento do serrátil para garantir bons resultados. Entretanto, é necessário observar que o serrátil não é o único responsável por estabilizar o complexo do ombro sozinho, por isso a importância de trabalhar a região inteira.
Ao liberar a tensão no peitoral menor, o professor de piares trabalha movimentos ligados à depressão do ombro e rotação da escápula, influenciando portanto toda a cintura escapular.
Caso a tensão não seja liberada, a dor na cervical persiste e outras patologias podem surgir no trapézio, músculos Psoas e outros.
Libertação de medos e traumas
É normal que o aluno fique traumatizado após uma crise de dor intensa na cervical. Se essa crise for tratada com repouso e medicamentos, o aluno tem a tendência a evitar o movimento naquela região, para evitar a dor.
Isso acontece de maneira inconsciente, mas não acontece caso o aluno tenha um acompanhamento de pilates adequado para o tratamento da cervicalgia. O Pilates é fundamental para o tratamento da dor cervical especialmente para conscientizar os movimentos, não só para eliminar a dor.
Isso não quer dizer que o aluno deve passar por cima da sua dor e realizar exercícios que afetam exatamente a região cervical. Na verdade, o indicado é começar tratando as bases, membros inferiores e ombros, buscando o fortalecimento dos músculos para garantir movimento, sem dor.
Portanto, inicie os movimentos na cervical quando a dor estiver sob controle, para não medos e traumas no aluno e a consequente interrupção do tratamento.
Movimentos do dia a dia
É fundamental preparar o corpo do aluno para movimentos que a coluna executa no dia a dia, como flexão, rotação, flexão lateral e extensão.
Resgatar a mobilidade cotidiana é um dos principais objetivos do tratamento da dor cervical e é necessário gerar mais consciência corporal para que movimentos simples sejam executados com qualidade.
Que tal relembrarmos alguns exercícios que podem fortalecer musculaturas e contribuir no tratamento para dores na cervical?
- Posicione a mini stability-ball levemente esvaziada entre a caixa torácica e o braço. Solicite que o aluno respire profundamente, focando na stability-ball. O objetivo é observar a capacidade respiratória, que vai aumentando a cada repetição. Em seguida, deve-se continuar o exercício de respiração, com o olhar direcionado para o ombro oposto ao braço onde se encontra a stability-ball. Retire a bolinha e perceba a diferença entre os dois lados. O lado que foi trabalhado deve apresentar mais relaxamento que o outro, portanto repita o exercício do outro lado.
- Contra a parede, posicione duas stability-ball, uma na coluna torácica e a outra na cabeça, de maneira a manter as curvas naturais da coluna. Peça ao aluno que respire profundamente, focando na expansão das costelas para trás durante a inspiração. Em seguida, solicite que pressione suavemente a cabeça de encontro a stability-ball. Faça algumas repetições e depois solicite que o aluno movimente a cabeça, como se dissesse sim e não.
- Ainda contra a parede, posicione a stability-ball na lombar e outra na torácica, só que levemente esvaziada. Solicite a inspiração profunda, observado a expansão das costelas para trás. Em seguida, peça que o aluno estenda os braços na linha dos ombros e realize movimentos de protação e retração da escápula, aliados a movimentos de cabeça para olhar para o lado que está retraindo.
Conclusão
O Pilates é o tratamento mais adequado para a cervicalgia, de acordo com a sua gravidade e com diagnóstico médico, porque trata a dor e corrige os motivos que a provocaram, como a postura errada no dia a dia, por exemplo.
Além disso, corrige algumas compensações causadas pela dor no resto do corpo, provocando um processo de reabilitação completa. É possível que haja uma reincidência da dor, até que o corpo assimile definitivamente o jeito novo, e correto, de se movimentar.
Ao seguir essas premissas, o tratamento para a dor na cervical se torna mais fluido e consciente e o seu aluno resgata a liberdade de se movimentar aliviado, sem dor. Esta é uma das maiores recompensas para o professor de Pilates.
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E você? O que está esperando para dar um jeito nessas dores?